2.13.2009

Vale a pena?


Ouço muita gente falando em como casamento é difícil, cansativo e entediante. Reclamam das contas para pagar, dos filhos que querem atenção, do marido que exige demais, da esposa que não é mais como na época em que namoravam... e me questiono: por que, afinal de contas, eles se casaram?

As pessoas se esquecem dessa pergunta. É por isso que sempre tive medo de casar. Não pela responsabilidade que o casamento requer, mas porque o ser humano tem memória curta. É muito mais fácil cobrar do outro do que cobrar de si mesmo. É mais fácil jogar a culpa no outro do que reconhecer seu próprio erro.

O compromisso firmado pelos dois começa muito antes do "sim". Alguns nem chegam a dizer isso, apenas vão morar na mesma casa. Quando falo em casamento, não estou falando só de casamentos héteros, não. O compromisso do casamento, da partilha de uma vida já havia começado antes de dividirem o mesmo lar. É dividir TUDO: alegrias, tristezas, chateações, aborrecimentos, diversão, prazer, carinho, amizade, companheirismo, fidelidade, lealdade, honestidade, doenças, cuidado, enfim... a vida e todas as coisas que ela traz.

Homens e mulheres são diferentes não só pelo sexo, mas na forma de pensar e agir. Desde os primórdios, o homem saía para caçar e a mulher cuidava da caverna. E ambos desenvolveram atividades cerebrais decorrentes dessas atividades. O homem é mais pragmático, resolve as coisas. A mulher é perceptiva. Lembro de um professor de sociologia me dizer que "mulheres são criadas da cozinha para o quintal e os homens da sala para a rua". Os homens não expõem seus sentimentos, agem, querem resolver tudo, não escutam, preocupam-se com o social. A mulher percebe a mudança no tom de voz, distingue o choro de um bebê, sabe perceber quando um homem está interessado nela (ou em outra), até mesmo quando foi traída.

Apesar de nós mulheres lutarmos para nos desprender dessa realidade, quando nos casamos, nos cobramos por ter uma casa organizada, família bem alimentada (por nós), se a roupa está limpa e passada, com a decoração. E além disso, queremos trabalhar e sermos reconhecidas profissionalmente. Enquanto a função masculina continua a mesma: prover.

É em momentos de crise que devemos nos lembrar a razão pela qual decidimos tomar esse passo. Por isso, há de se pensar bem antes de "subir ao altar".

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